Ser feliz vem primeiro.

A Vida que eu Gosto

É verdade que tem uma onda de pessoas ficando milionárias com coaching empreendedor. Muitas páginas no Facebook diariamente compartilhando dicas e frases motivacionais pra que você aumente sua produtividade e assim, consequentemente, atinja seus objetivos. No entanto, acho que as coisas estão um pouco fora de controle. Essa semana, li em uma das trocentas páginas que eu assumidamente sigo, um dizer que creditaram como “provérbio japonês”:

“Treine enquanto eles dormem, estude enquanto eles se divertem, persista enquanto eles descansam, e então, viva o que eles sonham.”

O que eu pensei quando li: não!

Vamos conversar aqui rapidinho sobre isso e vamos combinar que estão passando dos limites, certo? É verdade que estamos vivendo em um mundo de alta competição e concorrência. É verdade que cada vez exigem mais da gente, que quem realmente se destaca é quem sai da caixa, quem está disposto a fazer um pouco mais que a…

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ECONOMIA: Henrique Meirelles: respeitado e temido

 

Desde que assumiu o governo de forma interinamente, o discurso de Michel Temer (PMDB) tem sido de estancar a grave crise financeira que o País enfrenta. Com a previsão de queda cada vez pior do PIB brasileiro (estimativas de 3,7%), o atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, corre contra o tempo para tentar equilibrar as contas do País.

lllllllllllllllllllllllllllllllllllDesafio de Meirelles é reequilibrar a economia brasileira. Foto: Folhapress

“O mercado financeiro é apaixonado pelo Meirelles, faz juras de amor eterno a ele”, assim definiu Luís Eduardo Assis, ex-diretor do Banco Central do Brasil. E ele tem razão. Quando Meirelles assumiu pela primeir vez, ainda no governo Lula (2003-2010), os juros estavam na casa dos 25%. Além disso, a inflação tinha atingido 12,53%, acima da meta de 2002, que era de 11%. Quando se desligou do governo petista, os juros foram para 10,75% e a inflação beirou 5,91%, abaixo do teto, que era de 6,5%.

Fora tudo isso, ajudou o Brasil a passar pela crise financeira de 2009 quase sem prejuízo. Sua desenvoltura ajudou a deixá-lo com a imagem mais fortalecida no cenário econômico mundial.

Entretanto, o desafio é entrar em um governo impopular e tomar as rédeas da economia. Medidas como a reforma da Previdência e o aumento de impostos, por exemplo, prometem reverberar a opinião pública e os movimentos sociais, como a CUT e o MST. “Ninguém tem grandes ilusões de que ele vai salvar o país no curto prazo, mas a questão inicial [para um eventual novo Governo] é oferecer confiança. E Meirelles tem esse capital”, observa Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura de Lula, ao El País Brasil.

Resta saber se ele conseguirá dobrar a avaliação pública do governo Temer e, consequentemente, do próprio Meirelles.

Por: Ananda Cavalcanti

ECONOMIA: Novos negócios

Plataformas digitais ajudam a democratizar o acesso de pessoas “comuns” a investimentos
Por Mayra Couto

 

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Agência Pav!o/ Cortesia

 

Uma nova forma de girar a economia vem crescendo no mundo todo. Plataformas online permitem que as pessoas de forma criativa e sustentável – já que costumam gerar menos lixo no meio ambiente por investirem em uma ideia, projeto ou em um produto “melhor pensado” que irá ser criado após o financiamento – consigam financiar causas e coisas. As plataformas crowdfunding e crowdsourcing estão crescendo no mundo todo e ganhando espaço no Brasil e no Recife.

“Provavelmente a plataforma mais popular entre as pessoas é a crowdfunding onde os indivíduos costumam financiar desde shows, ideias, projetos até pesquisas cientificas e causas sociais”, explica Filipe Pessoa, executivo chefe de empreendedorismo do Cesar. Geralmente, em um futuro próximo essas pessoas vão ter algo em troca desse investimento. Vão poder ver o show, filme, projeto que financiaram e se identificam ganhar vida ou até mesmo conseguir alguma conquista pessoal para avançar na carreira, como é o caso de Marlon Diego Gomes, 22, estudante de jornalismo. Ele conseguiu, através de uma plataforma de crowdfunding, que amigos e desconhecidos financiassem uma lente para sua câmera, em troca, dependendo do valor doado, as pessoas ganhariam uma foto ou um ensaio.

“Estava perto do meu aniversário e eu não queria festa, nem presentes. Eu estava precisando de uma lente que iria facilitar e expandir meus trabalhos em fotografia. Então, coloquei lá o meu textinho explicando a importância do equipamento fotográfico para mim e veio à surpresa”, conta Marlon. Na plataforma, ele escolheu o modelo do “tudo ou nada”, onde você precisa chegar a um valor específico, no caso dele, era de R$700,00. Se você não atingir a meta não leva nada. Ele não só atingiu, como superou o valor estipulado.

Entretanto essa nova forma de financiamento surgiu de um outro tipo de plataforma o crowdsourcing ideia que possibilitava uma multidão ou grupo de pessoas contribuírem de alguma forma com uma ideia ou pesquisa: “Ela surgiu com a ideia de pessoas espalhadas se unirem para a resolução de problemas. Por exemplo: a Nasa já disponibilizou fotos para que as pessoas pudessem classificar as galáxias, através de perguntas simples, sem a necessidade de um conhecimento cientifico”, explica Filipe Pessoa do Cesar.

Esse tipo de plataforma gera algum tipo de ganho, não necessariamente um ganho de produto tátil. “Elas resultam em uma nova forma de como os negócios são gerados. E definem novas formas de produtos e serviços”, explica José Carlos Cavalcanti professor do departamento de Economia e do Centro de informática da UFPE. Um exemplo disso, é o aplicativo Wase. Ele é um tipo de crowdsourcing onde os próprios usuários o alimentam com informações diárias, desde em qual região está com mais engarrafamento até onde tem, naquele momento, blitz da lei seca.

No Brasil, elas ainda são pouco desenvolvidas, mas lá fora as pessoas conseguem, inclusive, entrar como acionistas em startups a partir deste tipo de plataforma. Proporcionando, uma certa democratização dos investimentos: “Uma pessoa física que não seja necessariamente um investidor qualificado pode se tornar sócio de uma empresa recebendo em troca o valor doado em forma de ação. Ou seja, você pode abrir o acesso de pessoas que acreditem em uma determinada ideia”, explica Filipe do Cesar. Além disso, também acontece uma maior diversificação do mercado em que se esteja investindo. “Ao invés de você colocar muito dinheiro em uma única empresa você pode investir, por exemplo, 10 mil reais em uma e outro valor em outra e com isso aumentar seu portfólio de investimentos”, comenta Filipe.

Embarcando nesse tipo de plataforma e negócio uma startup pernambucana pode ajudar a sociedade no combate a epidemias. A Epitrack quis unir esses modelos de plataforma as pesquisas na área de saúde. Por isso, na copa do mundo no Brasil eles criaram um app o Saúde na Copa apoiado pelo Ministério da Saúde que consistia nos usuários registrarem seus sintomas e a partir desses dados, mapeavam áreas e monitoravam para descobrir se teria algum princípio de surto epidemiológico. Para as Olimpíadas a nova aposta é o app gratuito Guardiões da Saúde, disponível para Android e IOS e até o inicio dos jogos em 6 línguas diferentes, que pela proposta de crowdsourcing também permite aos usuários informarem seus sintomas e esses dados servem como base para o mapeamento e prevenção de epidemias. “Às vezes, a pessoa adoece e nem sempre procura a unidade de saúde se ela registrar os sintomas no aplicativo o Ministério da Saúde consegue ter acesso a esses casos”, explica Onício Leal ceo da Epitrack.

Além disso, a empresa pernambucana está envolvida em um outro projeto que pode ajudar a identificar diferentes tipos de câncer. “A ideia é que no futuro exista um crowdsourcing em que as pessoas falem os sintomas ou até mesmo coloquem uma gotinha de sangue, como se fosse um medidor de glicose, e a partir disso possa ser analisado os tipos de câncer que a pessoa mais tenha chances de desenvolver e o principal câncer que ataque a população”, explica Onício.

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Agência Pav!o/ Cortesia

Com essa ideia criada em parceria com Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). eles estão concorrendo ao prêmio de 1 milhão de dólares no The Venture, na categoria de crowdfunding, e dependem da votação popular para conquistar o prêmio e investir no projeto. Para votar na competição, que é voltada para jovens empreendedores, é só acessar o site: theventure.com.

 

ECONOMIA: Bar do Recife une sustentabilidade e empreendedorismo

Localizado nas margens do rio Capibaribe, o Capibar recebe cerca de 300 pessoas por fim de semana

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Parte dos lucros dos restaurantes são empregados na ONG Recapibaribe. Foto: Reprodução da internet

 

Marcela Assis

“Sou uma empreendedora socioambiental”. É assim que Socorro Catanhede se define. Em 1999, ela e o marido, André, decidiram montar, na própria casa, localizada no bairro ribeirinho do Monteiro, na Zona Norte do Recife, o Capibar. Com a proposta de colocar em prática a sustentabilidade, a pernambucana lançou mão da criatividade ao montar o espaço com objetos encontrados nas margens do rio Capibaribe e materiais de construção doados por amigos. A partir da preocupação com a natureza, o bar começou a funcionar sem grandes investimentos. “Moramos no local há 30 anos, só isso já é uma ajuda financeira. De investimento foi pouco, já que todos os nossos móveis são coisas que foram reaproveitadas”, destaca a proprietária do estabelecimento.

Desde que montou o Capibar, a ideia, lembra Socorro, era “trabalhar sustentando o sustentável”. Na época, ela e André já comandavam a ONG Recapibaribe. Através do projeto, pescadores recebem um auxílio financeiro no valor de R$ 60 para recolherem lixo das águas do Capibaribe. “Fazemos ações ao longo do ano, principalmente no mês de agosto. Chamamos os pescadores da região para limpar o rio. Já chegamos a juntar três toneladas de coisas que são jogadas na água”.

O ambiente ecologicamente sustentável virou o destino favorito de um público que se tornou fiel. “O que me fez virar cliente do Capibar foi o clima de informalidade do ambiente. É um lugar alternativo, com uma proposta social e ecológica. Além disso, você sente que o que está investindo ali é em prol tanto do rio quanto das pessoas que vivem nas proximidades. Fora essas coisas todas, uma coisa importante de salientar é que é uma forma de consumo que incentiva o pequeno produtor. Dona Socorro não quer ficar rica, ela quer dar os brigadeiros que sobram da festa para as crianças, quer tirar o lixo do rio e revitalizar o Capibaribe. Ir ao local, é um investimento no empreendedor consciente ecologicamente”, comenta a jornalista Larissa Lins, que costuma frequentar o bar com amigos.

 “Acho que o atrativo do Capibar está na proximidade com a natureza. Os nossos clientes têm consciência de que precisamos preservar a natureza”, explica dona Socorro. O local recebe cerca de 300 pessoas por festa, realizadas nos fins de semana por ingressos a R$ 5.  O grande número de frequentadores – e o fato de os gastos serem os mesmos da casa onde vivem os proprietários – faz com que o Capibar gere lucros suficientes para sustentar as despesas familiares e o Recapibaribe.

A união entre sustentabilidade e empreendedorismo tem chamado a atenção de revistas de alcance nacional. Entre elas, a Veja, que catalogou o estabelecimento em uma lista de bares para conhecer no Recife. Além disso, o local ganhou espaço em matérias de gastronomia a economia em jornais de grande circulação na Região Metropolitana do Recife.

>>Sustentabilidade

No bar

Nos dias de festa, os clientes bebem em copos de vidro ou levam os próprios utensílios para não fazer uso de materiais descartáveis.

Na decoração

A decoração do espaço é feita com objetos encontrados no próprio rio Capibaribe. Lá, é possível ver CDs, discos, carcaças de televisões, brinquedos velhos e sofás.

>>Horário de funcionamento: De terça a domingo, a partir das 16h

 

ECONOMIA: Reajuste de plano de saúde deve aumentar IPCA

ANS anunciou que os planos poderão subir 13,57% até abril de 2017

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Foto: Reprodução

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou, na última sexta-feira (3), que fixou em até 13,57% o índice de reajuste a ser aplicado aos planos de saúde médico-hospitalares individuais e familiares no período entre maio de 2016 e abril de 2017. Essa decisão, que será publicada no Diário Oficial da próxima segunda-feira (6), afeta também na inflação do país.

A autorização da Agência quer dizer que as operadoras só poderão aumentar o valor de seus clientes até essa quantia a partir da data de aniversário dos contratos. O percentual vale para planos de saúde contratados a partir de janeiro de 1999 ou aqueles que foram adaptados à Lei 9.656/98 e atinge cerca de 8,3 milhões de consumidores de planos de saúde no Brasil.

Com este reajuste, o impacto do item na inflação de 2016 deve ser de até 0,45 ponto porcentual, de acordo com o economista André Braz, pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV). Em entrevista à Agência Estado, o economista afirmou ter ficado surpreso ao notar que o percentual é muito semelhante aos 13,55% anunciados como teto em 2015 pela ANS. “Veio abaixo do que se previa. É até uma boa notícia, já que a inflação de 2014 (6,41%) orientou que os planos subissem 13,55%. Agora, com uma inflação de 10,67%, o reajuste foi da mesma magnitude”.

No acumulado do ano até o mês de abril, o item já subiu 4,31%, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país. Já que o porcentual fixado não teve mudança significativa, o ritmo de repasses deve continuar o mesmo, e o plano de saúde deve subir em torno de 13,5% no IPCA em 2016. Esse impacto será distribuído ao longo do ano.

Juliana Marques

As mulheres e a sua representatividade no parlamento em Cuba

Igualdade de gênero em Cuba é referência mundial

muheres - CubaMembros do Parlamento presentes em sessão bi- mensal da Assembleia do Poder Popular, em Havana, Cuba.

A equidade de gênero no parlamento se alastra pelo mundo ainda com poucos avanços de forma geral. Apesar das mulheres terem conquistado o direito de votar e possuir cerca da metade do eleitorado, ainda há uma representação inferior nos parlamentos nacionais. Segundo a ONU, em 1995, as mulheres ocupavam uma média de 10 % das cadeiras das câmaras aumentando para 17% até abril de 2009.

Cuba, por sua vez, apresenta uma evolução positiva comparado ao âmbito mundial. Ao voltar na história do país, é importante destacar a Revolução de 1959 que no seu triunfo foi criado, em agosto de 1960, a Federação de Mulheres Cubanas (FMC), que teve Vilma Espín, revolucionária cubana, como fundadora e impulsionadora da organização. A federação tem como objetivo principal alcançar à ampla participação das mulheres na vida econômica, política e social do país. Cuba passa então a dar prioridade às questões de igualdade de gênero, a Jornalista Giulia Markman comenta sobre o período pré e pós-revolução: “Antes da revolução, Cuba era um reduto de prostitutas, um cabaré dos Estados Unidos, nesta época a mulher cubana era tratada com desdém. Após a revolta, as mulheres conseguiram muitas coisas. A mulher cubana vem progredindo bastante em relação à política, mais de 45% das mulheres fazem parte do Conselho do Estado.”

No comparativo da igualdade entre homem e mulher no parlamento cubano entre os anos 1997 a 2013 é notório o crescimento da Mulher e a diminuição do homem. Em 1997 eram 134 mulheres representando no Estado, enquanto homens existiam 455, uma discrepância de números que alterou ao longo dos anos, em 2013 a quantidade de mulheres no parlamento quase dobrou chegando a 265, e houve uma diminuição representativa nos homens, com 321 no parlamento.

CUBA

Cuba se tornou uma referência para outros países quando se trata do papel da mulher na sociedade, um exemplo disso é a legalização do aborto conquistada ainda nos anos 60. As cubanas conseguiram ainda a igualdade de salário da mesma função exercida por homens e mulheres. A mulher cubana desempenha um papel importante na sociedade e participa plenamente do desenvolvimento do país.

Em contrapartida, a jornalista Giulia Markman conta através de sua experiência pessoal o outro lado da história: “Quando eu fui à Cuba percebi que o país era extremamente machista, eu e minha irmã sofremos vários assédios, o que ao meu ver se torna uma contradição pelo que transparecem. Será que aquela mulher cubana antes da revolução mudou mesmo sua imagem perante a sociedade? Ou será que ainda tem aqueles resquícios, como em todo país?”

Giulia ainda faz uma analogia com outros países que aderiram ao socialismo: “Eu realmente acho que essas conquistas não aconteceram em países socialistas, tanto é que se você observar na Coréia do Norte, que é um país comunista, as mulheres não tem direito nenhum assegurado. É uma sociedade patriarcal, machista, é um país em que a mulher pode ser executada em praça pública.”

Representatividade da mulher no parlamento brasileiro cai consideravelmente

O Brasil ficou em 116º lugar na lista de países com maior participação de mulheres no parlamento federal. Atualmente as mulheres ocupam menos de 10% das cadeiras do congresso. Com o impeachment da Presidenta Dilma Rousseff, as brasileiras receberam apenas cargos de segundo escalão no governo Temer. Após críticas, Temer é o primeiro presidente desde Ernesto Geisel (1974-1979) a não incluir mulheres e negros em nenhum dos 23 cargos de ministros, colocando a responsabilidade do ocorrido nos partidos aliados.

A vereadora do Recife Isabella de Roldão, comentou sobre a importância da participação das mulheres na política: “A importância da mulher na política é igual a do homem na política, é a paridade de gênero que a gente defende e discute. É muito difícil para os homens que foram criados, maturados… estruturados num ambiente masculino pensarem em política para as mulheres. Hoje a gente parabeniza a Lei Maria da Penha que tem apenas 10 anos, e a mulher sofre a violência doméstica há muitos anos. Quanto tempo leva pra gente ter uma lei estruturada… a Lei Maria da Penha é um exemplo para várias outras questões políticas de espaço para as mulheres. Ainda hoje as mulheres recebem menos do que recebem os homens em funções iguais. Então, tudo isso, precisa ser discutido no ambiente político, e pra que haja essa discussão estruturada é importante que a mulher esteja inserida.”

Até os últimos dias do governo da Presidenta Dilma (PT), eram seis mulheres em 32 ministérios. Nos últimos oito anos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eram 11 mulheres ocupando cargos de ministras, e no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), duas mulheres ocupavam cargos de primeiro escalão.

Por: Renata Cavalcanti e Ysabela Nascimento

Crise na Venezuela afeta os jovens

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Bolsadevalores.net/Reprodução

A taxa de desemprego da Venezuela figura no 14º lugar no ranking de países com mais desempregados no mundo. De todas as nações da América Latina, o país é o primeiro a aparecer na lista. Vizinha do Brasil, a nação passa por uma crise econômica decretada oficialmente pelo presidente Nicolás Maduro.

O líder de Estado enfrenta um descontentamento popular e chegou a comparar a situação político-econômica venezuelana com a do Brasil. De acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), a taxa de desemprego da Venezuela é de 14,02%, os números foram coletados no ano de 2015 e publicados no portal Actualitix, que reúne dados e estatísticas sobre o mundo.

No ano de 2014, a taxa não passava dos 10%. Com 7,99%, o país teve um aumento considerável no número de desocupados e cresceu pouco mais do dobro do valor atual. O país pairou sob os mesmos níveis de sete a oito por cento, desde 2006 até 2015.

A Macedônia, primeiro país da lista, com 27,26% da população desempregada acumula quase o dobro do dado venezuelano. Além do país, Bósnia, Grécia, África do Sul, Espanha e Sérvia são as únicas seis nações com uma porcentagem acima de vinte.

A crise na Venezuela chegou ao ponto de se precisar criar um "plano especial" para poupar energia elétrica diante da severa seca provocada pelo fenômeno El Niño no país. Até a próxima segunda-feira (6), todas as sextas-feiras são consideradas feriado com o objetivo de conter gastos.

Para o economista Gustavo Sampaio, a expectativa de desemprego para o país pode aumentar. “Diante do caos atual que se encontra o país, acredito que este ano ultrapasse o valor de 18,19% atingidos em 2003”, afirma.

Para a recém-formada em arquitetura Raquel Esperanza, de 24 anos, a carreira parece apenas um sonho. “Fui demitida do meu último estágio por causa dos cortes de gastos”, relata. “Até havia possibilidade de contratação, mas com essa crise os donos de empresas preferem demitir pessoas e sobrecarregar os que ficam”.

A Polar, empresa famosa pela produção de cerveja, precisou fechar as portas por não ter como produzir a bebida. O mesmo aconteceu com a Coca-cola, já que a sua principal matéria prima, o açúcar refinado, não é produzida no país.

“Quando uma empresa precisa conter gastos, a principal mão de obra que se corta são as dos estagiários. Isso acontece porque os donos de empresas tem funcionários mais velhos e mais experientes, enquanto os que estão entrando no mercado agora não possui tempo útil suficiente”, explica Gustavo Sampaio.

Por: Felipe Silvestre, Fernando Martins e Mayra Couto

Na contramão do desenvolvimento

Boko Haram persegue jovens estudantes na Nigéria

2002. Nigéria. O Boko Haram começava as primeiras ações no país. Com um nome que carrega o significado “a educação ocidental ou não-islâmica é um pecado”, o grupo sequestra meninas para que não tenham acesso ao ensino. No mesmo ano, o índice de paridade de gênero (IPG) no ensino secundário na região era de 77%. Os dados, aparentemente positivos, fazem parte das metas para o milênio da Organização das Nações Unidas. Oito anos depois, a porcentagem evoluiu para 89%.

Os números surpreendem especialistas em assuntos internacionais. “Esses dados, através de um olhar leigo, pode mascarar a realidade da Nigéria, já que o paí atravessa uma crise educacional. Um estudo aprofundado revela o quanto esses dados podem enganar, já que levam em consideração números pequenos de estudantes”, destaca o pesquisador Caio Brandão.

Segundo relatório da organização não governamental norte-americana Human Rights Watch (HRW) divulgado em abril deste ano, os ataques do Boko Haram têm afastado quase um milhão de crianças, principalmente meninas, da escola. De acordo com o documento, os ataques contra instituições de ensino e estudantes na Nigéria “tiveram um impacto devastador” no acesso à educação. O grupo raptou mais de duas mil pessoas, das quais a maioria são mulheres e jovens em idade escolar. “Nesta brutal cruzada contra a educação ocidental, o Boko Haram está a roubar a educação a toda uma geração de crianças, no nordeste da Nigéria”, disse o especialista da HRW, Mausi Segun, em entrevista ao The New York Times.

A Nigéria é o país de origem e a principal área de atuação do grupo extremista. As ações dos terroristas são baseadas no combate à influência ocidental na África e correspondem ao fundamentalismo religioso.  Fundada por Mohammed Yusuf, a organização nasceu como uma seita. Ao longo dos anos, os integrantes passaram por treinamentos militares e conquistaram armamentos com alto poder de destruição. Em 2009, com a morte do antigo líder durante um confronto armado, o Boko Haram tornou-se totalmente radical. Desde então, a ação mais significativa do grupo ocorreu em 2014, quando 276 estudantes foram sequestradas para tornarem-se escravas sexuais.

Os dados das metas para o milênio da ONU mais próximos do período em que ocorreram os ataques às nigerianas são de 2010. Os números revelam que os índices de paridade de gênero no ensino primário no país chegam a 92%. O resultado mostra que os níveis básicos de educação na região ainda não sofreram graves alterações.

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Os números devem ser analisados dentro da realidade do país.  A Nigéria lidera a lista de nações com o menos crianças na escola, revela um relatório de Monitoramento Global do Instituto de Estatísticas da Unesco de 2013. Mais de 10 milhões não são educadas, o número é o pior com relação aos demais países. De acordo com a ONU, para alcançar a educação primária universal, são necessárias realizar novas intervenções.  ­­­­

Mobilização

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Foto: Reprodução

Os brutais ataques do Boko Haram têm mobilizado milhões de pessoas nas redes sociais. Um dos exemplos foi a campanha #Bringbackourgirls, criada após a detenção de 276 meninas, que foram mantidas como escravas sexuais dos integrantes do grupo terrorista. A BBC em Abuja afirmou que o governo da Nigéria foi criticado, pois demorou várias semanas para reconhecer que se tratava de um sequestro, ao invés de uma chantagem política dos extremistas.